terça-feira, 30 de março de 2010

Reencontro



Foi com emoção que hoje, última Quarta Feira de Fevereriro de 2010, tive o grato prazer de voltar a encontrar velhos colegas que comigo frequentaram o Liceu da Covilhã que existiu na Rua Frei Heitor Pinto.
Alguns já não os via há cinquenta anos, meu Deus como o tempo passa, meio século é obra!
Este reencontro só se tornou possível graças aos bons ofícios do Mariano, já que ele é dos poucos com quem tenho mantido contacto pela circunstância de termos trabalhado na mesma empresa.
Sem querer molestar ninguém, foi-me particularmente grato ter (re)visto o Curto e o Branquinho!
Com o Curto, meu velho companheiro de carteira, no decorrer do último meio século ainda me cruzei duas vezes, uma na Calçada da Estrela (a S. Bento) e outra em Algés. Foram encontros relâmpago, muito gratificantes para mim, que serviram para recordar, com muita saudade, outros tempos.
No que ao Branquinho diz respeito, que me lembre, apareceu-me uma vez, por volta das duas horas da madrugada, sei lá, penso que em 1967, na Estação dos Correios dos Restauradores, onde eu trabalhava na altura. Foi um encontro que me deixou ficar um tanto ou quanto assarapantado. Eu não quero ser de intrigas nem cuscovilheiro, mas, ao que parece, este nosso amigo, depois de uma grande noite de farra, em determinada altura sentiu que a sua integridade física corria grave risco e vai daí, penso que por instinto de defesa, procurou refúgio na primeira porta que encontrou aberta, digo eu, e foi assim que foi parar ao meu local de trabalho! Foi um encontro inesperado e efémero mas que me deixou ficar preocupado durante algum tempo! O episódio, visto agora à distância, teve alguns pormenores com tanto de rocambolesco como de pitoresco, que, como comprenderão não vou revelar aqui. Só quiz acicatar a vossa curiosidade! Isto, naquele já longínquo ano, deixou-me de veras surpreendido porque aquela situação não se ajustava à imagem de pessoa recatada, que eu guardava do Branquinho no meu disco rígido! Não insistam, que eu não vou mesmo pormenorizar!
Foi também muito interessante ter visto de novo o Jaime Brojo Esteves, o homem que, com o irmão, fazia diariamente, de lambreta, o precurso entre o Ferro e a Covilhã! Achei-o fisicamente diferente, muito mais elegante, confesso que o imaginava com o diâmetro muito mais avantajado. No que ao humor diz respeito não o notei muito diferente. Conserva-se perfeitamente ainda dentro do prazo. Claro que tinha que ser recordada a sua brilhante interpretação da Balada do Neves, nomeadamente no seu desfecho final, cai o Neves concerteza e parte as trombas no chão! Então e não é que o Jaime caiu mesmo e ninguém dava com ele levantado! O pano caiu e foi longa e calorosamente aplaudido.
O Júlio Esteves continua a manter a sua imagem de marca, de uma sensatez e correcção inexecedíveis, foi muito bom conversar com ele e recordar o Necas, que faz parte do meu imaginário, como ídolo de futebol.
Gostei também de ver o Mário Tomé (o Marinho da Leitaria). Está com óptimo aspecto. É daqueles que esperava encontrar bem mais rechonchudo.
Não foram muitos os presentes, mas também foram recordados alguns ausentes: o Luís Filipe Tavares Moura e Silva, o Tó Mané, o Carlos Cruz, o Nunes Correia, o João Cravino, o Fradinho e muitos outros ... ...
Mas, oh destino fatal, tinha que haver também a parte mais difícil de invocar os que já não estão entre nós como o Agostinho Roseta, o Mário Pinheiro, o Borrego, o Eduardo Coelho, o Ilídio e, segundo julgo saber, outros haverá de que não tenho a confirmação. Que esperem por nós em paz.
O que podem ficar seguros é que me considero um priveligiado e é para mim motivo de grande orgulho, ter tido o ensejo, de na minha juventude, ter privado com gente, hoje tão ilustre, como os meus caríssimos colegas, que ainda por cima fazem o favor de continuar a ser bons amigos.
Estou certo que vamos voltar a encontrar-nos.
Até lá.
Jogilbo
P.S. visite a Benquerença!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Flexibilidade Versus intransigência


Longe vai o tempo em que era absolutamente intransigente na defesa dos meus pontos de vista sempre que me considerava com razão. Significa isto que deixei de ter opinião própria, mudando a cada momento, qual vime que se vira para qualquer um dos lados bastando para tanto que a mais leve brisa mude de direcção? Nada disso, quero apenas dizer que estou sempre disposto a aceitar analisar também os pontos de vista dos outros! Acredito agora que, quando não existem razões para duvidar das opiniões dos meus interlocutores, quando estou convicto que agem de boa fé, eles poderão também ter as suas razões fundadas para discordar de mim. Ou seja, é para mim ponto assente que ninguém é detentor da verdade absoluta podendo a mesma apresentar-se sob as mais diversas facetas. Esta atitude é fomentadora de diálogo e é absolutamente necessária se quizermos evoluir no conhecimento.
Na verdade, se apenas consideramos como bons os nossos pontos de vista e má a maneira de ver dos que de nós divergem, vamos a pouco e pouco criando uma impermeabilização que nos impede de aceder a novos conhecimentos. Qual será então a atitude correcta a assumir em relação aqueles que discordam de nós? Uma postura de modéstia da nossa parte parece-me que nos pode ajudar imenso na nossa evolução. Se eu partir do pressuposto que nalgumas matérias, porventura na maioria, o meu interlucotor pode muito bem ser-me superior e nesse caso existe a possibilidade de com ele muito poder aprender, estou já a criar a receptividade necessária para poder evoluir. Mesmo que, aparentemente, me possa parecer que eu tenha condições para ser possuidor de maior saber que o meu semelhante não devo ignorar que ele poderá ter passado, e certamente passou, por experiencias de vida enriquecedoras que a mim me passaram completamente ao lado. Nesse sentido, e generalizando, posso, sem dúvida, afirmar que com todo o ser pensante, com que me cruzo no dia a dia, eu posso aprender. Apenas depende de mim que isso aconteça ou não. Depende da minha receptividade, da minha humildade e paciência em ouvir os outros! É por isso que entendo que não devemos fazer juizos de valor demasiado rápidos sobre os nossos interlocutores acidentais, sob pena de nos enganarmos quase sempre. Antes disso devemos ouvi-los com atenção, pedir-lhes que nos esclareçam as nossas dúvidas. Concluõses definitivas só as devemos tirar depois de conhecermos a maneira de ser, de estar, de agir, de pensar, os valores que se defendem, o modo como se comportam em sociedade... ... A intransigência fomenta o isolamento, visto que aquele que a usa vai perdendo a capacidade de análise. Refugia-se sistematicamente no seu ponto de vista, serve-se de clichês, tornando-se impermeável à aquisição de novos conhecimentos. Deixa de evoluir.
Aprender a ouvir é condição indispensável para poder haver aprendizagem!
Um dia, quem sabe, poderemos voltar a debater este e outros temas se conseguiu ter a paciência para aturar as minhas divagações.
Passe bem e tenha muita saúde.
Jogilbo

sexta-feira, 5 de março de 2010

Comemoração dos 250 anos de Oeiras

Chegada da Corte à quinta de Sebastião José em Oeiras
Pose para retrato
Schola Cantorum
Sebastião José
Sua Alteza recebe as boas vindas do Clero
Séquito Real
Real passeio pela Vila "Brigada Montada" Arraia Miúda
Real Carruagem