terça-feira, 23 de dezembro de 2014

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Aranha-tigre-lobada (ou Cesteira-dos-matos, ou Cesteira-lobada, ou Tecedeira-lobada)

(Argiope lobata) - Pallas, 1772.

Sinónimos: 
Aranea lobata
Aranea sericea
Aranea argenta
Argiope arcuata
Argiope sericea
Argiope splendida 
Argyopes impudicus 
Argyopes praelatus 
Argyopes sericea 
Epeira dentata
Epeira margaritacea 
Epeira sericea 
Epeira splendida 
Egestria dentata

Esta aranha tecedeira é também conhecida por: Cesteira-lobada, Tecedeira-lobada ou Cesteira-dos-matos. Os seus tons prateados tornam-na uma das mais vistosas espécies da nossa aracnofauna, se bem que consiga, por vezes, passar despercebida na  sua enorme teia que tão bem sabe urdir no meio do mato.É notório um grande dimorfismo sexual nesta espécie, chegando a fêmea a atingir 18 a 22 mm (sem apêndices), sendo o tamanho do macho cerca de três vezes menor.

O grande abdómen das fêmeas é achatado e constituído no dorso por quatro pares de lobos e uma saliência terminal. De cor clara, apresenta listas transversais escuras podendo também apresentar quatro linhas escuras longitudinais (ligeiramente radiais) apenas na parte posterior dorsal da carapaça. as grandes patas são também prateadas com anéis escuros. A face ventral é salpicada de preto, amarelo e castanho.

A sua teia, elástica e muito resistente, permite-lhe capturar grande variedade de insectos, que constituem a sua dieta alimentar. 

Quando chega a época da reprodução o macho caminha para debaixo da fêmea coloca-se  na posição "de ventre com ventre" e introduz alternadamente os palpos no epigíneo da fêmea. Muitos machos morrem depois da fecundação.  Após o acasalamento cada fêmea coloca num saco de seda (ooteca) até 1400 ovos que eclodem durante o outono, mas os filhotes permanecem nele durante o Inverno só o abandonando quando, com o aparecimento da Primavera, o tempo começa a ficar mais quente.

O veneno que utiliza nas suas presas não é tóxico para os humanos.

Prefere viver em locais secos de vegetação rasteira. As teias são radiais, chegando a ter até um metro de diâmetro,  inclinadas e a uma distância variável do solo entre alguns centímetros a dois metros .É comum as suas teias serem frequentadas por outras aranhas do género Argyrodes, cleptoparasitas que lhes roubam as presas. Em certas situações o relacionamento chega a ser de comensalidade.

Distribui-se por toda a África, Sul da Europa e Ásia.

Reino:    Animalia
Filo:       Arthropoda
Classe:   Arachnida
Ordem:   Araneae
Família:   Araneidae
Género:   Argiope
Espécie:   A. lobata

Imagens captadas na Quinta da Casa Nova, Cortiçadas, Montemor-o-Novo
















quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Escaravelho-vermelho

(Rhynchophorus ferrugineus) - Olivier, 1790
Sinónimos: (Calandra ferruginea) - Fabricius, 1801
                 (Curculio Ferrugineus) - Olivier, 1790
                  (Rhynchophorus signaticollis) - Chevrolat, 1882

Este besouro, de origem asiática,  com dois a cinco cm de comprimento, de cor vermelho ferrugem, é o responsável pela destruição, em grande escala, das palmeiras que decoram as nossas cidades. A sua larva consegue escavar galerias, que chegam a atingir um metro, nos troncos de diversas espécies de palmeira, nomeadamente na Phoenix canariensis e na Livistona decipiens (ambas muito comuns no nosso país). Apenas em 2007 foi detectada a presença do Escaravelho-vermelho no sul de Portugal que rapidamente se propagou  para norte estando hoje presente em todo o território nacional, exceptuando o arquipélago dos Açores. A expansão do insecto para fora da sua zona iniciou-se no médio oriente, e continuou pela Europa e relaciona-se com a comercialização de palmeiras.

Cada fêmea chega a por 200 a 300 ovos. Uma só planta pode a alojar 1000 indivíduos capazes de voar até 10 km seguidos.

Coroa achatada com folhas desprendidas, folhas novas cortadas e orifícios na base das folhas constituem os principais sinais da infestação. Posteriormente as folhas começam a pender e a secar. Encostando o ouvido ao tronco da palmeira é possível ouvir o barulho das larvas escavando os túneis quando se alimentam. Profissionalmente utiliza-se equipamento electrónico de amplificação para o mesmo fim. A acção nefasta desta praga é, muitas vezes, complementada com infecções secundárias provocadas por fungos e bactérias que aceleram o processo que pode conduzir à morte da planta. 
Quando os sintomas são muito visíveis é já tarde para se conseguir recuperar a palmeira visto que isso indicia que a infestação ocorreu há algumas semanas, encontrando-se os tecidos vasculares internos muito danificados.

O controlo desta praga está a ser feito com a aplicação de  insecticidas, em galerias efectuadas cinco cm acima da zona infestada. Também se recorre à utilização de armadilhas com feromonas e bio-insecticidas.

Esta praga está a causar graves prejuízos aos municípios tendo em conta que o abate e a remoção dos resíduos infestados pode custar entre 350 a 1.500 euros.

O ciclo de vida pode durar entre os três e os cinco meses, variando com a temperatura. Com as nossas condições climatéricas, podem ocorrer 4 gerações. As larvas eclodem entre o segundo e o quinto dia a seguir à postura. A pupa fica protegida por um casulo de fibras de palmeira feito pela larva na fase final do seu desenvolvimento. O adulto em forma de besouro, tem a cabeça prolongada por um bico, o abdómen com élitros e estrias longitudinais e o torax com manchas pretas. A extremidade do abdómen é mais arredondada nos machos, que possuem uma crista de sedas ruivas na parte dorsal do rosto.

Reino:   Animalia
Filo:      Arthropoda
Classe:  Insecta
Ordem:  Coleoptera
Família: Curculionidae
Género: Rhynchophorus
Espécie: R. ferrugineus

Imagens captadas em Cortiçadas, Montemor-o-Novo



















terça-feira, 19 de agosto de 2014

Grilo-doméstico (Acheta domesticus)

(Grillidae)

Por possuírem estrutura semelhante à dos gafanhotos, com antenas longas, o corpo ligeiramente achatado e saltando com as patas traseiras, os grilos são com eles frequentemente confundidos. São mais activos durante a noite. 

Com o intuito de atrair as fêmeas, os machos produzem sons roçando a borda de uma asa (que, para o efeito possui pelos dispostos em forma de pente)  contra a outra. O "grilar" diminui de intensidade logo que a fêmea se aproxima e se inicia o cortejo. Em todo o mundo existem à volta de 900 espécies, emitindo cada uma delas sons diferentes das outras. Reproduzem-se facilmente pondo cada fêmea cerca de 100 ovos, que eclodem entre quinze a vinte dias. Têm metamorfose incompleta não passando pela fase de pupa. Há nesta espécie dimorfismo sexual, possuindo as fêmeas um grande ovipositor delgado e cilíndrico enquanto que a genitália masculina não é externamente observável. Os machos são notoriamente mais pequenos que as fêmeas.

Passam a maior parte do dia em buracos que escavam no solo que chegam a atingir meio metro. É junto à entrada desses abrigos que se dedicam ao canto.

Alimentam-se de folhas de diversas espécies de plantas, cereais e fungos.

Em alguns países (China, Japão, Norte de África e Europa Ocidental) são adoptados como animais de estimação. São metidos em gaiolas ornamentadas. Em certas culturas criavam-se grilos-de-briga que faziam participar em torneios. Antes destas disputas os criadores deixavam os participantes em jejum durante longos períodos. Ao vencedor da contenda era concedido o privilégio de poder devorar o adversário vencido.

Hoje em dia, continuam a ser criados em muitos países para serem vendidos como alimento vivo para animais de estimação, para servirem de isco para a pesca ou como iguaria em restaurantes específicos.

Reino:        Animalia
Filo:           Arthropoda
Classe:       Insecta
Ordem:      Orthoptera
Subordem: Ensifera
Família:     Gryllidae

Imagens captadas na Quinta da Casa Nova, Cortiçadas, Montemor-o-Novo










segunda-feira, 28 de julho de 2014

Percevejo-de-planta 2

(Carpocoris pudicus) - Poda, 1761

Eis aqui um dos mais vistosos elementos da família dos percevejos pentatomídeos. É comum no centro e sul da Europa.

Alimenta-se da seiva de diversas leguminosas.

Reino:       Animalia
Filo:          Arthropoda
Classe:      Insecta
Ordem:      Hemiptera
Subordem: Heteroptera
Família:     Pentatomidae
Género:     Carpocoris
Espécie:    C. pudicus

Imagens captadas nas Cortiçadas de Lavre, Montemor-o-Novo






















sexta-feira, 4 de julho de 2014

Mosca-de-cavalo (mutuca, moscardo ou tavão)

(Hybomitra bimaculata) - Macquart 1826

Os tabanídeos pertencem à ordem dos dípteros e são popularmente conhecidos por: mutuca, butuca, moscardo ou tavão. São possuidores de grande robustez. Ao contrário dos machos, que são fitófagos, as fêmeas são hematófagas. Podem provocar graves problemas na saúde de animais de grande porte e até mesmo no homem, já que as larvas resultantes da eclosão dos ovos, que  injectam na carne musculosa, podem originar necroses. As suas picadas, tanto nos animais como nos humanos, são muito dolorosas e geradoras de diversas doenças que carecem, quase sempre, de tratamento médico. Já foram detectadas mais de 30 enfermidades cuja origem lhes é atribuída.

Pode-se afirmar que é cosmopolita a sua distribuição geográfica. Apenas se nota a sua ausência em locais de altas latitudes e nas cordilheiras com neves perpétuas.

Existem mais de 3000 espécies em todo o mundo. 

 As larvas, que chegam a atingir grandes dimensões (até 6 cm), podem desenvolver-se, dependendo da espécie, em meio aquático ou terrestre, têm forma alongada e segmentada com as extremidades fusiformes. Alimentam-se de vermes, moluscos e insectos e podem mesmo ser canibais.

Relacionada com a grande agressividade dos tabanídeos, conta-se que a declaração de independência dos Estados Unidos foi assinada à pressa e sem discussão porque, na altura, ocorria um grande surto destas moscas na região de Filadélfia.

Reino:    Animalia
Filo:       Arthropoda
Classe:   Insecta
Ordem:   Diptera
Família:  Tabanidae
Género:   Hybomitra
Espécie:  H. bimaculata

Imagens captadas na Quinta da Casa Nova, Cortiçadas, Montemor-o-Novo