sábado, 17 de maio de 2014

Insólitos do quotidiano


Numa passagem de peões próxima da minha casa há muitos condutores insensíveis à presença de pessoas que pretendem passar para o outro lado da rua. Quase sempre tenho que esperar que passem para aí uns quinze a vinte carros até que algum condutor, mais sensível, pare e me deixe atravessar. A minha pedalada já não tem o mesmo ritmo de outrora, por isso redobrei a minha atenção nas minhas travessias.

Nas esperas, quase sempre às mesmas horas, tem-me despertado particular atenção um carro cinzento metalizado conduzido, a alta velocidade, por uma bela jovem. Nunca vi aquela santa alma facilitar a passagem a quem quer que seja, velho ou novo.

Há dias, ao contrário do habitual, não vinha nenhum carro quando me aproximei da tal passagem. Olhei para a direita, olhei para a esquerda e lá vou eu tranquilamente o mais rápido que a minha provecta idade permite. Quando ia a meio da primeira metade da travessia sou surpreendido com grande ruído provocado por brusca travagem. Olho para a esquerda e deparo com o carro cinzento metalizado a um passo de me derrubar. Sem ainda me ter recomposto, oiço a jovem, muito irritada vomitar: sacana  do velho tinha que se meter à frente do carro!

Imagem copiada da internet

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Sapo-comum (amigo-de-hortelão)

(Bufo bufo) - Linnaeus, 1758

Este anfíbio, de pele verrugosa no dorso e granulosa no ventre, com quatro dedos nos membros anteriores e cinco nos posteriores, é possuidor de grande robustez . O macho pode atingir 15 cm de comprimento e a fêmea 20 cm. 

O ritual do acasalamento  ocorre durante as chuvas primaveris. Por ser mais corpulenta é a fêmea que escolhe o parceiro. O seleccionado agarra-se a ela com força e não a larga durante semanas, mesmo que seja agredido. Cada fêmea chega a depositar até 8.000 ovos escuros, envoltos num substância gelatinosa.

Alimenta-se sobretudo de invertebrados: borboletas, abelhas, centopeias, lesmas e minhocas. 

Visto que nascem no meio aquático, respiram por brânquias na primeira fase de vida. À medida que vão surgindo as patas posteriores  vão-se atrofiando as brânquias dos girinos e após a formação dos membros anteriores passam a respirar por pulmões. Paralelamente mantém em todas as fases do seu desenvolvimento a respiração cutânea. É um animal de sangue frio (temperatura variável), com a pele fina, desprovida de pelos.

Aparece também referido pelas designações de: Batrachus spinosus, Bufo bufo gredosicola, Bufo bufo spinosus, Bufo rubeta var. robustior, Bufo vinearum, Bufo vulgaris var spinosus e pelobates wilson.


Reino:  Animália
Filo:     Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Bufonidae
Género: Bufo












segunda-feira, 5 de maio de 2014

Cobra-de-pernas-tridáctila ou fura-pastos

(Chalcides striatus) - Cuvier, 1829

Este réptil, da família scincidae, com o corpo coberto de escamas brilhantes, distribui-se por França, Itália, Portugal e Espanha.

Podemos encontrá-la nos matagais e florestas de clima temperado e mediterrânico, nos campos de gramíneas, terras cultiváveis, jardins e pastagens abandonadas.

É uma pequena cobra, cujo comprimento não ultrapassa os 25 cm, com a característica sui generis de possuir quatro pequenas patas com três dedos cada uma, que usa nas suas deslocações normais. Já quando se sente em perigo recolhe-as (contra o corpo) e desloca-se a grande velocidade com movimentos laterais do corpo e da cauda, como qualquer outra serpente.

Os escaravelhos, as aranhas, os grilos, as lesmas e as moscas constituem a sua dieta preferida.

São ovovivíparas, reproduzem-se durante a Primavera e o Verão, as crias, em numero que pode variar de 1 a 15, nascem em Julho ou Agosto.

Há quem não a considere uma cobra mas antes um lagarto. Outros ainda admitem que não é mais que a prova viva da evolução dos lagartos para as serpentes.

Reino:    Animalia
Filo:       Chordata
Classe:   Reptilia
Ordem:   Squamata
Família:  Scincidae
Género:  Chalcides
Espécie: C. striatus

Imagens captadas na Quinta da Casa Nova, Cortiçadas, Montemor-o-Novo.